11 de julho de 2010

Day 3 — Your parents - seus pais

Meus Pais
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Como é difícil não assumir que alguém sente raiva quando seus pais acabam de ver suas notas da escola e está lá dizendo que você passou e eles simplesmente falam coisas do tipo "não faz mais do que sua obrigação"," Só isso?" ou " tu só estuda e me tira essa notinha?". A obrigado pais por fazerem nossas vidas mais tristes e humilhantes do que já é.
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Pais são as pessoas mais importante na vida de todos. Obvio, eu com os meus e você com o seus. Porém não posso dizer que tenho uma boa historia com os meus. Tudo o que eu sonhava era ter uma família normal, mas tudo foi por agua abaixo. Nossa vida era otima, minha mãe que trabalhava em casa e fora sempre tivera atenção o suficiente conosco. Sempre nos colocava para dormir a tarde e eu como bom teimoso fingia que dormia e ficava olhando para ela esperando ela levantar e eu correr atrás dela dizendo que não conseguia mais dormir. Ou quando ela pegava e passava creme nas minhas orelhas para limpar. Era torturante, mas amável.
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Meu pai sempre trabalhara muito para nos dar o que era necessário. Quantas vezes cansei de ficar com raiva dele porque ele queria me obrigar a gostar de futebol, tocar violão e fazer caratê. Lembro também quando ele chegava em casa e ficava brincando comigo e minha irmã de avião, cachorro e bicho-papão.
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Sim era uma família feliz. Sair uma vez na semana ou pedir pizza no sábado. Sempre acabava dormindo no sofá, pois a pizza sempre demorava a chegar e eu com medo de perder na hora dela chegar para dar o dinheiro ao motorista ou minha irmã pegar a melhor parte dela. Sim sim belos momentos vividos. Mas um dia tudo mudou. Ainda era inocente para entender o porque daquilo. Simplesmente meus pais se separaram e eu fiquei desorientado. Tanto minha mãe quanto meu pai começaram a ter uma raiva enorme e perigosa do outro. E eu ali no meio. Depois disto as pessoas pensam que eu virei rebelde. Mas não. Um dia depois de meu pai ir embora eu aprendi a jogar xadrez na escola. Minha primeira partida eu perdi. E chorei muito, mas não foi por ter perdido aquela partida e sim por ter perdido a família que eu queria para mim. Depois disso coloquei na minha cabeça que nunca jamais iria errar como meu pai errou.
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Depois que meus pais se separaram eu escutei historias horríveis de ambos os lados e acabei descobrindo que eu e minha irmã nascemos em momentos em que meus pais estavam brigados. Quantas noites eu não havia pedido então para minha mãe ter outro filho para meu pai voltar. Mas não dava, tudo já tinha sido feito. Eu tinha perdido totalmente a confiança no meu pai desde então e ele simplesmente era apenas mais uma pessoa. Sempre ligava para dizer oi, chamar para sair e ir nos ver. E eu não me sentia mais a vontade na presença dele. Minha mãe teve que começar a trabalhar triplicado para nos sustentar. Continuava com o salão de beleza que ela tinha e agora fazia também salgados.
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As coisas foram se ajeitando e nós superando aquilo tudo. Passei algum tempo com minha mãe e logo comecei a trabalhar com minha tia. Tudo bem que não havia como eu estudar de manhã, ir para casa almoçar e depois voltar para o trabalho. Não fui obrigado a trabalhar, mas queria ter meu dinheiro, para minhas coisas. Minha tia sempre gostou de mim e me dava sempre presentes e então ela colocou na cabeça dela que eu estava sendo muito pouco aproveitado e resolveu pagar escola particular para mim. E logo foi morar com ela e ela pediu minha guarda para meus pais. Tudo certo ela virara minha guardiã legal. Eu via minha mãe menos agora e meu pai quase nunca me ligava.
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De certo modo não tinha mais aquela ideia de família que todos têm: Pai, Mãe e um ou dois irmãos. Minha família havia sido desintegrada e eu, esquecido. Por mais ou menos 3 anos foi assim. Ate que neste ano eu tive uma sacudida que levantou meu astral e minha visão do que são os pais. Não importava o porque mas toda vez que escutava uma musica de família, que falava de pais eu me sentia mal. Ate que cheguei ao ponto de chorar ao escutar. Eu só chorava sem motivo nenhum. Eu havia percebido o quão importante meus pais eram para mim e que por mais que eu tivesse renegado eles sempre estiveram la quando eu precisei. Não sei sinceramente o que seria de mim agora sem eles. Sem os erros e acertos por eles cometidos que fizeram formar o meu carater. É com muita tristeza que afirmo que não tenho uma família como eu havia sonhado mas é com grande alegria que afirmo que eu tenho um pai e uma mãe que me amam de seu jeito e que querendo ou não acabaram perdoando tudo o que eu fiz de errado e pensei.
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Me toca muito pensar nessa minha historia e falar da minha família tanto que neste momento estou a acabar-me em lágrimas. Não tenho mais vergonha de dizer que eu choro pelos meus pais. Porque hoje eu sei que eles choraram muito mais por mim, que eu os fiz sofrer e isso nunca os impediu de sorrir e continuar me amando.

3 comentários:

  1. Confesso que fiquei muito emocionado. É triste dizer mas sua história não é tão anormal assim: compartilho de algumas coisas da tua carta, mas nada que abalasse o amor que tenho por aqueles que me deram a vida.

    Parabéns pela coragem de se expor assim. Muito digno.

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  2. É, acho que seria impossivel ler um texto desses e não se emocionar.
    Assim como o Ricelly, tambem compartilho de algumas coisas na sua carta, Adam. Às vezes queria não amar tanto os meus pais, mas sei que la no fundo eu os amo... mesmo sem querer eu os amo. Seria impossivel tentar viver sem eles :/

    Parabéns pela coragem de se expor assim. Muito digno [/+1voto]

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